A violência que não pede licença e destrói famílias achou um endereço novo, fez da Bahia irmã caçula do Rio de Janeiro, com organizações criminosas devidamente instaladas no Estado, açoitando a calmaria que um dia existiu por essas bandas, tornando as terras da tranquilidade e da fala mansa em um lugar hóstil, onde se ouve os gritos do medo e o silêncio de vidas, leiloadas por facções que determinam quem pode ou não viver.
Qualquer gesto ou um sinal despretensioso com as mãos, quem sabe uma roupa de marca, na hora e no lugar errado pode significar a pena capital, e o preço a ser pago - a perda do direito, simplesmente de viver. Aqui nesse pedaço de torrão, o Ser é leliloado pelo preço de uma bala.
Enquanto isso os discursos servem apenas como flores fúnebres para quem perdeu alguém que ama, fazendo coro por uma justiça injusta, e, o sentimento de que tudo isso um dia irá acabar, está tão sepultado quanto a vida que se foi. Aqui o valor da vida está cotado pelo preço de uma bala.