Superbactérias mortais desafiam a medicina e deve matar mais que o câncer
- Redação

- 10 de nov.
- 2 min de leitura

Uma ameaça microscópica e silenciosa está em curso no planeta. São as superbactérias, microrganismos resistentes aos antibióticos que desafiam a medicina e podem causar uma catástrofe global. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), se nada for feito, essas infecções poderão provocar 8,2 milhões de mortes por ano até 2050. O médico infectologista David Uip alerta: “Não há expectativa de novas classes de antibióticos nos próximos cinco anos”. Essas bactérias já circulam em hospitais, alimentos e até nas mãos das pessoas, tornando-se uma ameaça invisível que ultrapassa fronteiras.
O brasileiro Vinícius Zacchia, professor e influenciador, descobriu da pior forma o poder desse inimigo. Um corte banal ao se barbear evoluiu para uma infecção grave causada por uma bactéria resistente à meticilina. “Eu nunca tinha ouvido falar sobre superbactérias. Então, foi algo que me chocou bastante”, contou. Para sobreviver, ele precisou usar um antibiótico de alto custo, onde cada frasco custava cerca de R$ 1.200. A OMS estima que, em 2021, quase 5 milhões de mortes no mundo estiveram ligadas a infecções resistentes, gerando também trilhões de dólares em prejuízos econômicos.
Os especialistas afirmam que o uso indiscriminado de antibióticos - seja por automedicação, prescrições erradas ou tratamentos interrompidos - é a principal causa do aumento dessas cepas letais. “As superbactérias vão desenvolvendo mecanismos de resistência a partir do momento em que o uso dos antibióticos é inadequado”, explica a médica Marcela Bandeira, do Hospital Moriah. Nos hospitais brasileiros, infecções resistentes já provocaram mortes de recém-nascidos, e em países como os Estados Unidos, os casos cresceram 460% em quatro anos.
A crise, que ameaça colapsar a medicina moderna, já faz vítimas fatais. A estudante Dâmilly Beatriz da Graça, de 18 anos, morreu em Santa Catarina após uma infecção causada pela mesma bactéria resistente. O alerta da OMS é contundente: “Nós não pensamos em qualquer tipo de cirurgia sem o efeito dos antibióticos. Se este pilar da medicina humana for comprometido, tudo pode colapsar.” A corrida científica contra as superbactérias é, hoje, uma das batalhas mais urgentes da humanidade.


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