Diante deste cenário, o governo federal articula Medida Provisória para conter aumentos abusivos no preço do arroz
A tragédia decorrente das enchentes que atingem Rio Grande do Sul começa a causar impactos no restante do Brasil. Na Bahia, supermercados passaram a restringir a compra de arroz, cuja produção nacional é feita em 70% em território gaúcho.
Conforme registros obtidos pela reportagem do Grupo Aratu, estabelecimentos de atacado e varejo de Salvador, como Atacadão e Assaí, limitam a venda do insumo em até 50 pacotes por pessoa. No Atakarejo, a orientação é que a venda seja de até 30 pacotes. A rede varejista Hiperideal, segundo apurou o Aratu On, não promoveu restrições até o momento.
O Aratu On conversou com representantes de supermercados de Salvador. Em condição de anonimato, as fontes apontaram sinalização dos fornecedores gaúchos de que haverá escassez da produção de arroz.
A reportagem tentou contato com representantes da Associação Baiana de Supermercados (ABASE) , mas, até a publicação desta matéria, não obteve retorno.
Em entrevista concedida na última terça-feira (7/5), a veículos de imprensa, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, criticou a exploração econômica da tragédia e declarou que “o inferno está ficando pequeno”. “Gente fazer especulação financeira num momento como esse, Deus tem que dar o tratamento”, lamentou.
As falas de Fávaro se referem a relatos de aumentos abusivos no preço do arroz em função do indicativo de escassez. Diante deste cenário, o governo federal articula Medida Provisória para que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) compre 1 milhão de toneladas do produto, a fim de conter o aumento do valor. “O primeiro momento é evitar desabastecimento e especulação. Vocês viram alguns casos de gente vendendo água potável por R$ 30 o galão”, reclamou.
Na última quinta-feira (9/5), em entrevista ao podcast “De onde vem o que como”, o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Rio Grande do Sul (Farsul), Gedeão Pereira, assegurou: “o arroz que já está colhido no Rio Grande do Sul garante o abastecimento do país”.
De acordo com o dirigente, o estado tem arroz para abastecer o mercado interno por, no mínimo, 10 meses. “Talvez possa faltar alguma coisa no final, quando nós já estivermos com uma nova safra em cena”, reforçou.
Aratuonline