Tomografia com contraste mata jovem de 22 anos
- Redação

- 22 de ago.
- 2 min de leitura
Atualizado: 22 de ago.

Uma tomografia de rotina terminou em tragédia no Hospital Regional Alto Vale, em Rio do Sul (SC). Leticia Paul, de 22 anos, sofreu um choque anafilático após a aplicação de contraste durante o exame e morreu menos de 24 horas depois, na quarta-feira (20). A causa da morte foi confirmada pela família
A morte de Letícia levantou dúvidas sobre a segurança desse tipo de exame. Embora o caso seja grave, especialistas explicam que as reações adversas são raras e que o uso do contraste continua sendo fundamental para diagnósticos precisos.
O contraste é um composto químico utilizado em exames de imagem, como tomografias e ressonâncias, para destacar áreas específicas do corpo e diferenciar tecidos normais de inflamações ou lesões. Os iodados são aplicados em tomografias, enquanto os compostos de gadolínio são usados nas ressonâncias magnéticas.
De acordo com a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia, entre 2 e 4 pessoas a cada 100 mil aplicações de contrastes iodados apresentam reações anafiláticas. No caso do gadolínio, a incidência é de 1 a cada 10 pacientes em 100 mil aplicações. Segundo o médico radiologista Murilo Eugênio Oliveira, ouvido pelo g1 Goiás, "o método é seguro e existem muitos estudos comprovando a eficácia nos diagnósticos por imagem".
As reações podem ser imediatas, minutos após a aplicação, ou até surgir dias depois. Os sintomas mais comuns são urticária, manchas avermelhadas, inchaços, tosse e falta de ar. Em quadros graves, como o de Leticia, pode ocorrer choque anafilático e risco de morte.
Quem deve ficar atento
O diagnóstico de alergia a contraste é clínico, baseado no histórico do paciente. Pessoas com asma não controlada, urticária crônica ou que já tiveram reações a contrastes ou medicamentos devem receber atenção especial antes do exame. Não existe relação entre alergia a frutos do mar e reações a contrastes, ao contrário do que muitos acreditam.
A imunologista Briana Nicoletti tira dúvidas sobre o tema em seu portal. Segundo ela, o tratamento depende da reação. Quadros leves, como lesões de pele, podem ser controlados com anti-histamínicos. Em situações graves de anafilaxia, a administração de adrenalina é necessária. Pacientes que já tiveram episódios anteriores podem ser submetidos a protocolos de pré-medicação e observação em ambiente hospitalar para reduzir riscos.
O uso de gadolínio em ressonâncias exige cuidados adicionais. O exame não é indicado para pacientes com disfunção renal grave, lesão renal aguda ou em casos de transplante hepático. Gestantes também devem evitar o contraste, já que não há comprovação de segurança para o feto. Em lactantes, recomenda-se suspender o aleitamento por 24 horas após a aplicação.
Apesar dos riscos, especialistas reforçam que exames com contraste oferecem vantagens importantes, como a detecção precoce de tumores e inflamações, e que os casos de reações graves são raros diante do grande volume de exames realizados diariamente.
Correio/g1


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